PROIBIDO ?
Atirar lixo para o chão no espaço público não é proibido: excepto se forem beatas de cigarro (compreende-se, uma vez que abundam cinzeiros nas ruas – especialmente daqueles que são invisíveis).
Os maços de tabaco, papeis, plásticos, sacos, caixas, latas, restos e resíduos de tudo e mais alguma coisa, incluindo comida e máscaras, luvas, talheres e copos descartáveis, isso pode-se espalhar à vontade por todo o lado (terra, água e ar).
Comprar comida em regime de para-fora ou para-levar (vulgo «take-away», porque os portugueses deixaram de perceber português) não é proibido: excepto se forem bebidas.
A malta que passa o dia na rua, nas entregas e distribuições, na construção civil, nos serviços camarários, na segurança pública, tem mais é que comer a seco (é óptimo para a saúde e para a disposição), ou então faz um «break» (sem «coffee») de meia-hora na fila do supermercado.
Pode-se estar ou andar ao-monte nos supermercados, transportes públicos, lavandarias, vendas de «raspadinhas», e por aí fora, porque alegadamente não existe perigo de contágio.
Pelo contrário, tomar um nata com um café, ou um massa-tenra com um refrigerante, ou um prego com uma cerveja, constitui evidentemente um comportamento de alto risco.
E, no entanto, para os amigos – do peito ou do partido ou do clube de futebol – é claro que sempre se arranja discretamente (ou não) um café e até um corte de cabelo, portas fechadas adentro.
O comum dos cidadãos não tem direito nem a substituir um secador de cabelo avariado: tem mais é que ficar com o cabelo molhado (excluindo a hipótese de não ser lavado) e com sorte ainda apanha uma pneumonia de bónus.
ADITAMENTO, 8 Fev'21, 13:50.
É muito mais fácil proibir (arbitrariamente) do que educar, informar, avisar
(o que faz falta é avisar a malta, cantava-se em Portugal, mas eram outros os tempos e os subentendidos).
As grandes cadeias de mini-super-hiper-mercados agradecem a discriminação preferência.
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